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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Nem as drogas. Nem os homens. Nem os lugares.

Eu não quero nada de livros, nada de canções!
Eu quero choques reais, eu quero palavras que doam tanto quanto uma alfinetada no olho!
Não quero nada de histórias banais!
Eu quero um abraço, um cheiro.
Da minha mãe. Do meu namorado. Dos meus amigos.
Eu quero ficar aqui.
Cansei da seca sertaneja, da fome, da dor do não-ter e do não-estar.
Minhas lembranças me doem: Fiz tudo o que podia, fiz tudo o que devia.
E continuo no embaraço, na falta do abraço.
Hoje, eu entendo.
Hoje, eu sei.
Sou ainda o mesmo de ontem.
Nem todas as drogas que tomei me mudaram, nem todos os homens que comi me tocaram, nem em todos os lugares por onde passei eu deixei um pedaço meu.
Há tanto perigo lá fora.
Há tanta juventude aqui dentro.
Aqui.
Dentro.
Em mim.
Não quero, apesar de tudo, ser só um pesar em tudo.
Quero ser o tudo-sem-peso.
O tudo-que-é-leve.
Ser só a leveza de uma vida bem vivida, bem devorada.
Um vida assim: Aqui. Dentro. Em mim.

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