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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Como Deus quer...

Aqui no sertão se vive como Deus qué, se come quando Deus qué, se morre quando Deus vem buscá. Tem tanta gente morrendo que acho que Deus vive por aqui... E ainda tem quem acha que aqui é lugar esquecido por Deus. Quando fica sem chovê uns dia, umas semana e depois uns mês fica tudo meio marrom: o chão, as árvore,  a vida da gente. O gado morre de fome, os menino fica doente, as panelas vazia, da plantação fica só uns galho seco, mas o céu tá lá, azul, lindo como Deus fez.
A gente reza em casa antes de comê farinha com açucar, reza com os vizinho. Dá uma coisa ruim , a gente bebe pra esquecê, poe a culpa na mulher que não reza direito...  A gente faz novena, se ajoelha, implora, chora com tanto desgosto  e com tanta fé, e quando a gente fraqueja, começa a pensar se esse povo que diz que Deus é igual ao avião, uma invenção do homem, é mesmo verdade, começa a chover!
Chove uns pingo e a gente corre pra rua, dança, ri, abraça a mulher como não fazia há tanto tempo, levanta as mão pro ceu. Compra rapadura e distribui pros menino, tão feliz, tão feliz!
E chove um dia, dois, 10, a água junta no chão, as poça vira lagoa, chove tanto que a chuva vira um rio. O gado sai nadando, o barro das parede da casa desmancha, o menino se afoga. É Deus atendendo a nossas prece. A gente pediu muito, né moça?  E ainda tem quem acha que aqui é lugar esquecido por Deus.


Potyra Pereira.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Sem extremos!

I


Sabe Deus, meu pai anda triste. Inda ontem ouvi ele conversando com o senhor, estava chorando. Não entendi direito parece que era por causa da chuva. Tem dado cada trovoada.  Acho que ele estava com medo do trovão, eu fico com muito medo também. Ouvi ele dizer que o senhor está zangado. Desculpa senhor. Seja o que for ele não deve ter feito por mal.  
Minha mãe parece também triste, estava conversando baixinho dizendo que talvez a gente fosse embora daqui.
Então Deus eu me ajoelhei aqui foi para pedir que devolva o sol. Depois pode mandar a chuva, mais tem que ser de mansinho. Pra gente poder plantar. Vender. Se alimentar. Pra gente não precisar ir embora desse Sertão, dessa casa, do nosso lar.




II


Misericórdia!


Sertanejos te clamam senhor. Tende misericórdia desse Sertão!

É seca!
É sede!
É chuva!
É destruição!


Sem extremos senhor dos céus, sem extremos!


quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Deus, meu Deus



Quanta contradição
Só te peço o equilibrio, Deus meu 
Nem tanto arder, Nem tanto molhar
Será que é pedir demais? 
Será que não sei rezar?
Ou simplesmente o senhor não me ouviu?
Deus, meu Deus, só represento um povo aflito 
Que precisa de alguém para acalentar
Escute esse pedido humilde 
Que vem de um povo simples 
Onde deseja apenas viver em paz.


Ellis Regina

terça-feira, 11 de outubro de 2011

"Ohh Deus será que o Senhor se zangou?

Ter demais e não ter nada.
Quem dá?
Quem merece ter?
Quem tem?
Tristeza única e contínua ...
única e precisa...
Tantas perguntas para fazer , mas quando só se tem o que se falta o que resta é ,e quando só resta fé não se pergunta.

Vem ver o que se passa nesse sertão, onde só há fé,ou melhor, também há perguntas peguntas desvalidas por não ter respostas.
Piedade? não tem mais nem sofrimento, se acumula e se perde.
Só ficou a puta, a puta da vida.
Vida sofrida...
Vida que implora por vida...
          que espera por morte.

PARADOXO!
Se fala de existência quando não existe nada.

SENTIDO! Você não verá nessas palavras , não verá no céu, não verá nos olhos do homem que sofre e nem nos olhos do homem que faz sofrer!

DEBOCHE!

De Deus?
dos homens?
da puta? aquela vida....


O céu chorou foi de pena....

Iara Kíria

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Ai, Deus dono dos céus

Ai, Deus dos desesperados!
Dai-me um trago de chuva
Um pedaço de pão molhado
Ai, Deus das ilusões!
Perdoa a minha lágrima de raiva
Abençoa o meu cantinho de terra
Ai, Deus Senhor dos justos!
Tem pena deste homem tão simples
Tem pena deste homem de calos nas mãos
De sonhos nos pensamentos
De dor no viver
Ai, Deus dono dos céus!
Dai-me um bocado de nuvens
Dai-me uma planta no meu terreiro vazio
Pra acabar com essa fome
Essa sede
Esse inferno
Esse frio...
Diego Souza